21/08/2009

JABIRACAS ASIÁTICAS

Possuo uma nova mania, a de ler notícias antigas em jornais. Passei a ter esse costume, por utiliza-los como "banheiro" para a minha cadelinha com deficiência física. Numa dessas lidas rápidas, entre troca de jornais e cuidados com a Mel (é assim que ela se chama), acabei encontrando uma matéria sobre as gambiarras automobilísticas desenvolvidas em países asiáticos.

A reportagem, escrita por Fabiano Severo e Felipe Nóbrega e publicada em julho deste ano na Folha de São Paulo, contava sobre as fantásticas adaptações de triciclos em táxi, na China, Índia e Tailândia, que mais pareciam aberrações ou jabiracas, assim como são nomeadas no título da matéria.

Pedaços de motocicletas e de carros eram reutilizados para darem vida a novos e "diferentes" meios de transporte. Você já deve ter visto um triciclo com motor de fusca, mas e com câmbio de carro e cara de carroça? Pois é! Verdadeiros "Frankeinsteins" de três rodas!

Assim como descrito na reportagem, na China existem triciclos construídos a partir de carrocerias de veículos usados, sob mecânica de motocicletas. Estes se assemelham muito com carros, pois possuem volante, câmbio e três pedais, porém andam em três rodas, não possuem regulagem para bancos e pulam tanto quanto uma empilhadeira vazia do Makro. Uma verdadeira loucura!

No caso da foto mostrada na matéria e trazida para este post, a carroceria desta esquisitice, se assemelhava ao Chery QQ, famosa cópia do GM Spark. Até a "gravatinha" da marca Chevrolet foi "assumida". Verdadeira cópia da cópia. Inclusive essa semelhança chegou a fomentar brigas em tribunais, entre as duas fabricantes, segundo uma matéria publicada na Quatro-Rodas.


- Triciclo chinês. Foto: Marcelo Justo/Folha Imagem.


- O compacto Spark, da Chevrolet/GM.


- O chinês Chevy QQ.

Já na Índia e na Tailândia eles fabricam respectivamente os Riquixás e os 'Tuk-tuk', dois triciclos parecidos, desenvolvidos também como opção de taxi, para transportarem até duas pessoas, além do motorista. Estas sim são mais estranhas ainda, pois possuem guidão, dois pedais e um câmbio que fica entre as pernas do motorista. Este possui uma destreza tal, que consegue acionar a embreagem com o pé esquerdo, freiar com o pé direito, acelerar com a mão direita, trocar a marcha com a mão esquerda e ainda realizar verdadeiras manobras radicais nas ruas dos dois países.


- Riquixá da Índia.


- 'Tuk-tuks' tailandeses. Fotos: Marcelo Justo/Folha Imagem.

Passando pela rua Gabriel Monteiro da Silva, indo a uma reunião de trabalho, avistei uma dessas traquitanas estacionadas em frente a Bali Express, que importa os tais 'Tuk-tuks' para utilizá-los em eventos aqui no Brasil. Resolvi parar para matar a minha curiosidade e tiras algumas fotos para o blog.




- Tuk-tuk da Bali Express. Fotos: Marcelo Barros.

Estes três insanos "sabem lá o quê", são a evolução dos antigos jinrikishas, carroças de tração humana de duas rodas onde transportam-se uma ou duas pessoas. Estes eram utilizados como meios de transporte pela elite e caíram em desuso com o decorrer do tempo e o avanço tecnológico.

Provavelmente, estes tricíclos surgiram para oferecerem uma opção mais barata de transporte para a população de baixa renda e cobrir uma "lacuna" no transporte turístico desses países, servindo assim como fonte de renda para seus corajosos "pilotos". Hoje, por já fazerem parte da cultura local e identificados até como atrações turísticas, são fabricados em série, utilizando técnicas semi-industriais. No site da Bali Express você consegue encontrar informações sobre o fabricante de Tuk-tuks, que os exporta para o mundo todo.


- Tuk-tuk documentary.

E eu achando, que somente aqui, é que existiam essas tais jabiracas. Realmente o mundo é uma GRANDE periferia!

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