03/09/2009

RELAÇÕES & RELAÇÕES

As peripécias de Jonas Soares e sua trupe na oficina de CENOGRAFIA continuam a todo vapor. No último sábado, dia 22/08, seguiram com suas atividades buscando a sensibilização do olhar sobre as formas de compor ambientes cênicos, compreendendo a utilização de determinadas ferramentas capazes de potencializar e dar vida à expressão de seus idealizadores.

Iniciaram o sábado estudando a dimensionalidade e as relações espaciais entre objetos, pessoas e demais elementos de cena, utilizando-se de um "ditado imagético": Os participantes individualmente criavam relações de medida (distância, tamanho, espessura, altura, etc) através de instruções dadas por Jonas, sem ao menos terem uma referência visual. Esta "nascia" deles mesmos a partir de tais informações. Ele pedia para que desenhassem um pequeno traço no papel, depois sugeria a feitura de um novo traço, utilizando-se do primeiro para se criar as relações de medidas, tais como altura, dimensões, distância, etc. "Façam um pequeno traço no papel. Agora faremos um novo traço, que estará a direita desse primeiro, um pouco mais acima e que tenha, como altura, dois terços do primeiro..." - detalha ele para ilustrar como o exercício foi aplicado. Jonas destaca que o resultado final se dava da mesma forma para todos, salve as relações que cada um criava em suas composições. Com isso conseguia-se maior clareza sobre o assunto tratado de uma forma mais simples, direta e de fácil compreensão.









- Fotos: Nicholas Torretta.

Outro exercício aplicado por JS, para identificar estas relações de medidas existentes entre os elementos que compõem um espaço cênico, propunha a captação de imagens de lugares e objetos, durante um passeio pelos arredores do Projeto Arrastão. As imagens deveriam mostrar relações de distância, de dimensões e de deslocamento entre dois ou mais objetos, num espaço qualquer. Ainda poderiam mostrar detalhes de algo, utilizando-se de luz ou de planos mais fechados (zoom) e noções de perspectiva, fotografando grandes distâncias que ilustrassem algum tipo de profundidade. Após o passeio fotográfico, as imagens captadas por duplas de participantes, foram apresentadas para todos integrantes e discutidas uma a uma, criando links como o conteúdo aprendido no exercício anterior.

Em seguida trabalharam em um novo exercício, o qual deveriam interpretar fragmentos de textos, utilizando-se de recortes em revistas e papéis, tintas, lápis coloridos e desenho. Os textos narravam cenas, onde se conseguiam detalhes de seus cenários e nossos pupilos deveriam ilustrá-los de uma forma simples e prática, buscando aplicar o que tinham aprendido até então, "brincando" com as formas e as relações de grande e pequeno, fino e grosso, claro e escuro, para conseguirem passar a idéia de espacialidade.

"Gosto de trabalhar com papel, retalhos de tecido e revistas, por causa da praticidade que estes materiais oferecem em seu manuseio e por facilitarem a possibilidade de expressão dos alunos. Muitos possuem dificuldade em visualizarem o que desejam representar ou expressar e ao encontrarem algo de interessante em uma revista, por exemplo, utilizam-se daquilo para colocar as suas idéias em prática." - Conta Jonas.

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